A teoria da relatividade foi posta de novo em causa numa experiência conduzida no acelerador de partículas do laboratório Fermilab, perto de Chicago. No entanto, como o relata o astrofísico Stuart Mufson e os seus colegas, a teoria foi posta em causa... mas passou o teste.
Os experimentalistas tentaram refutar a chamada "invariância de Lorentz", ou seja, uma previsão de Einstein de que partículas com massa e sem massa se comportam de forma idêntica, independentemente da maneira como são aceleradas ou como rodam.
Conforme relatam num artigo acabado de publicar na revista "Physics Review Letters", os neutrinos gerados pelo Fermilab portaram-se da maneira prevista por Einstein ao atravessarem o subsolo desde o gerador até um detector mergulhado a 103 metros de profundidade e a 750 metros de distância. Para controle, os físicos compararam as medidas obtidas nesse detector com as registadas num outro, situado no Fermilab.
Neutrinos são partículas muito curiosas. Viajam a uma velocidade perto da da luz e não são afectados por campos magnéticos nem gravitacionais. Por essa razão, podem atravessar praticamente incólumes o nosso planeta. Habitualmente são detectados, e com grande dificuldade, em instrumentos muito sensíveis mergulhados em minas, como foi o caso na experiência. Situados a profundidades razoáveis, esses instrumentos estão protegidos de outras radiações, como raios cósmicos.
Para produzir os neutrinos, os cientistas fazem incidir uma fonte de protões sobre um alvo de carbono. A colisão provoca a criação de partículas chamadas mesões pi. Algumas destas decaem, criando neutrinos que viajam em direcção aos detectores. Uma vez que a geração de neutrinos é feita sobre a Terra, em rotação sobre si própria, o feixe de partículas também roda.
Está em causa algo mais do que uma conclusão, entre outras, da teoria da relatividade. Os astrofísicos têm procurado explicações para vários problemas intrigantes na expansão inicial do Universo. Algumas das explicações plausíveis que têm sido avançadas, entre as quais as de João Magueijo, contradizem vários pressupostos e conclusões da relatividade. Daí o interesse em colocar à prova a teoria de Einstein. Se ela for contraditada pela experiência, as alternativas ganham nova força.
Tal como afirmou o autor principal do artigo agora publicado, o facto de não se terem detectado violações da dita invariância de Lorentz não significa uma confirmação da sua validade. Pode bem acontecer que os "efeitos de campo sejam tão extraordinariamente pequenos que apenas possam ser detectados com instrumentos muitíssimo mais sensíveis". Os físicos continuam a procurar experiências que ponham Einstein em xeque.
Os cientistas estão mais preocupados em destronar teorias do que em defendê-las. Quem conseguir contraditar a relatividade e substituí-la por uma teoria mais potente terá dado uma grande contribuição à ciência. Os físicos continuam a tentar...
Fonte: Expresso
Os experimentalistas tentaram refutar a chamada "invariância de Lorentz", ou seja, uma previsão de Einstein de que partículas com massa e sem massa se comportam de forma idêntica, independentemente da maneira como são aceleradas ou como rodam.
Conforme relatam num artigo acabado de publicar na revista "Physics Review Letters", os neutrinos gerados pelo Fermilab portaram-se da maneira prevista por Einstein ao atravessarem o subsolo desde o gerador até um detector mergulhado a 103 metros de profundidade e a 750 metros de distância. Para controle, os físicos compararam as medidas obtidas nesse detector com as registadas num outro, situado no Fermilab.
Neutrinos são partículas muito curiosas. Viajam a uma velocidade perto da da luz e não são afectados por campos magnéticos nem gravitacionais. Por essa razão, podem atravessar praticamente incólumes o nosso planeta. Habitualmente são detectados, e com grande dificuldade, em instrumentos muito sensíveis mergulhados em minas, como foi o caso na experiência. Situados a profundidades razoáveis, esses instrumentos estão protegidos de outras radiações, como raios cósmicos.
Para produzir os neutrinos, os cientistas fazem incidir uma fonte de protões sobre um alvo de carbono. A colisão provoca a criação de partículas chamadas mesões pi. Algumas destas decaem, criando neutrinos que viajam em direcção aos detectores. Uma vez que a geração de neutrinos é feita sobre a Terra, em rotação sobre si própria, o feixe de partículas também roda.
Está em causa algo mais do que uma conclusão, entre outras, da teoria da relatividade. Os astrofísicos têm procurado explicações para vários problemas intrigantes na expansão inicial do Universo. Algumas das explicações plausíveis que têm sido avançadas, entre as quais as de João Magueijo, contradizem vários pressupostos e conclusões da relatividade. Daí o interesse em colocar à prova a teoria de Einstein. Se ela for contraditada pela experiência, as alternativas ganham nova força.
Tal como afirmou o autor principal do artigo agora publicado, o facto de não se terem detectado violações da dita invariância de Lorentz não significa uma confirmação da sua validade. Pode bem acontecer que os "efeitos de campo sejam tão extraordinariamente pequenos que apenas possam ser detectados com instrumentos muitíssimo mais sensíveis". Os físicos continuam a procurar experiências que ponham Einstein em xeque.
Os cientistas estão mais preocupados em destronar teorias do que em defendê-las. Quem conseguir contraditar a relatividade e substituí-la por uma teoria mais potente terá dado uma grande contribuição à ciência. Os físicos continuam a tentar...
Fonte: Expresso
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